terça-feira, 22 de junho de 2010

Às portas da Beira Baixa

Dois exmágalos, Ritinha e Carlitos, foram percorrer, durante quatro dias, algumas das rotas da Beira Baixa num circuito previamente planeado.
A primeira paragem foi junto às Portas do Ródão, em Vila Velha de Ródão, com algum "sofrimento" para o cachemobil, tal era a má qualidade do piso da "estrada" que os aconselharam a seguir. Abertas as portas, e de baixo de um sol abrasador, lá seguiram subindo ao Castelo do Rei Wamba onde, com uma magnífica vista para o rio Tejo e sob os olhares de várias aves de rapina, foi encontrada a primeira cache deste tour.
A paragem seguinte foi em Malpica do Tejo com mais uma prova todo-o-terreno para o cachemobil de cerca de 8 km que os levou a contemplar mais uma vez a beleza do rio Tejo.
O sol continuava bem forte lá no ar e, entre outros pedidos, dirigiram-se à capela de Sto António em Monforte da Beira onde rogaram por temperaturas mais amenas e aí "cacharam" uma cache bem disfarçada por entre a natureza.
Passando a aldeia de Rosmaninhal e já com saudades de mais umas alturas, alguém lançou o desafio de subir ao marco geodésico que surgia no horizonte. Do cimo dos seus 403 m a vista sobre os campos áridos foi a recompensa.
Em Segura, bem junto à fronteira com Espanha, os dois exmágalos tiveram a felicidade de encontrar mais uma cache num cenário único e bucólico, onde o rio Erges corre por essa linha que divide a península em duas nações. O caminho em direcção a Salvaterra do Extremo fez-se por terras de Espanha com passagem pela Barragem de Alcántara.
O programa do segundo dia incluía o percurso pedestre da Rota dos Abutres junto a Salvaterra do Extremo. Nos cerca de 10,5 km de extensão do percurso circular deixaram-se "esquecidas" algumas caches previstas fazer mas houve oportunidade para desfrutar das belas paisagens junto ao rio Erges e contemplar alguns dos abutres que nidificam na vizinhança do Castillo de Peñafiel, logo ali em território da Extremadura Espanhola. E como o calor continuava a apertar, nada como ir "beber" um pouco da humidade que a barragem da Toulica "transpirava". Pena que os dois exmágalos não tivessem tido a coragem de se refrescar nas suas águas. No entanto, a surpreendente aldeia histórica de Idanha-a-Velha e as suas gentes, quase sempre simpáticas, já os esperavam. Aqui o que também não lhes escapou foi mais uma cache que se comprovou, no entanto, estar muito bem disfarçada e por isso bem difícil de ser encontrada. Bem merecido foi o banho de final de tarde na piscina do Hotel nas Termas de Monfortinho.
O terceiro dia foi iniciado com mais um pequeno percurso pedestre (3 km) junto a Penha Garcia, intitulado "Rota dos Fósseis". Foi uma agradável surpresa este "vale encantado" que incluía o Castelo, a barragem, os moinhos de rodízio e os já esperados fósseis. Foi também ainda com a ajuda do Sr. Domingues, guardador daquelas relíquias de outros tempos, que aqui foram registadas mais duas caches (1, 2) para os exmágalos. A mítica aldeia histórica de Monsanto estava já no seu horizonte. As suas íngremes ruas foram percorridas com alguma demora, admirando as fantásticas casas graníticas que tanto caracterizam esta aldeia. E porque as alturas eram o objectivo final destes exmágalos, o caminho só terminou bem lá em cima junto ao marco geodésico do Castelo, assinalando os 763 m de altitude. A imensa paisagem que se alcançava era bem digna de ser contemplada! Pena foram as duas caches (1, 2) que teimosamente não apareceram! Ficou a promessa de lá voltarem, talvez com um maior número de olhos...
O quarto e último dia foi marcado pela passagem pelo cenário de mais uma albufeira, desta vez a da barragem Marechal Carmona, junto a Idanha-a-Nova. Esta construção singular, situada no rio Ponsul, projectada em 1935 pela então Junta Autónoma das Obras de Hidráulica Agrícola (J.A.O.H.A.), apresenta esculpido na estrutura principal um enorme Brasão Nacional Português. Por entre pequenos carreiros trilhados na densa vegetação, também aqui os exmágalos poderam encontrar mais uma cache, não sem que antes tivessem de se ver livres de alguns bichos rastejantes que se tinham agarrado às suas roupas.
O regresso a casa fez-se passando pelas aldeias de xisto de Sarzedas, onde os exmágalos foram "beber" à fonte local a última cache deste tour, e da Foz do Cobrão que merecerá seguramente uma futura visita mais demorada.