quarta-feira, 27 de abril de 2011

Por Terras do Grande Lago


De volta ao Alentejo durante dois breves dias, os exmágalos Ritinha e Carlitos, andaram a conhecer mais uma parte daquela província nacional tão cara para estes dois ex-muggles.
A primeira paragem foi na bonita cidade de Évora onde, percorrendo a pé o seu centro histórico de ruas, praças e monumentos excelentemente preservados e declarados Património Mundial pela UNESCO, tiveram o engenho de encontrar duas caches (1,2) já em plena noite.
A Herdade do Esporão, em Reguengos de Monsaraz, foi o local de passagem seguinte que muito os surpreendeu, com os seus verdes e extensos campos de videiras e a casa de Enoturismo muito bem cuidada e acolhedora.
Já na freguesia de Corval, a rápida visita ao exterior da Ermida de Nossa Senhora do Rosário e a paragem no Menir da Rocha dos Namorados, para a inevitável prática do “rito pagão de fertilidade“, ficaram igualmente gravadas na memória dos exmágalos.
A visita demorada à vila amuralhada de Monsaraz, classificada Monumento Nacional, constituiu o ponto alto seguinte do passeio. As ruas e casario típicos conduziram os dois exmágalos ao interior das torres fortificadas do castelo de onde puderam avistar a imensidão dos campos verdejantes nas margens do Guadiana. Foi também ali que “debaixo dos seus pés” encontraram mais uma cache.
O castelo da vila de Mourão, local seguinte de paragem, apesar da sua imponência revelou-se um monumento de preservação algo descuidada.
Seguindo pelas margens da albufeira do Alqueva, a passagem pela nova aldeia da Luz e visita ao espólio do seu museu, bem como os campos floridos e verdejantes junto ao grande lago, ficaram igualmente registados na película fotográfica dos exmágalos. Foi já na aldeia da Estrela localizada atualmente ao longo de uma estreita península, e sempre com a albufeira no horizonte, que tiraram da “toca” mais uma cache.
A visita fugaz ao centro da cidade de Moura e a passagem pelo paredão da Barragem do Alqueva, quando já o sol se escondia no horizonte, marcaram o final daquele dia que só terminou em Vila Nova da Baronia, na quinta da Horta da Lameira.
A vila do Alvito e o seu castelo de estilo manuelino, atualmente transformado em Pousada, e as visitas às Barragens de Odivelas e Alvito fizeram parte do percurso da manhã do dia seguinte. Foi aliás nesta última que, debaixo de um sol quente, os dois exmágalos encontraram mais uma cache.
A rápida passagem pelo castelo e igreja matriz de Viana do Alentejo, infelizmente àquela hora fechados, e o facto de não terem tido o engenho de descobrir a nano-cache algures escondida à entrada das muralhas, fizeram com que ficasse o desejo de ali voltar um dia mais tarde.
A simpática e bonita vila de Portel, encimada por um magestoso castelo, foi a última localidade do roteiro em redor do grande lago programado para aquele fim de semana. Ali, em jeito de drive-in, como refere a própria cache, os exmágalos ainda tiveram a hipótese de encontrar a sua última cache do dia.
A paragem no local dos ancestrais cromeleques e menir dos Almendres, depois de percorridos cerca de 6 km em terra batida, deu início à viagem de regresso a Lisboa, onde os exmágalos chegaram já o sol fazia a sua despedida…

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Viagem a Marrocos: Marraquexe + Alto Atlas + Deserto + Costa Atlântica


Semana de Carnaval. A agenda dos exmágalos Teresa, Ritinha e Carlitos indicava "Viagem a Marrocos: Marraquexe + Alto Atlas + Deserto + Costa Atlântica". As notícias de tensão do mundo árabe, surgidas nas semanas que antecederam a partida, não os demoveram a mais esta aventura até por que tinham à sua espera Baadoud Slimane, o guia de montanha local, com o qual já haviam tido outras agradáveis experiências em Marrocos.
O primeiro vislumbre da imponente cordilheira do Atlas, a cadeia de montanhas que divide o país ao meio e cujo cume mais alto é o monte Toubkal (4167 m), foi ainda através da janela do avião.
Chegados ao aeroporto de Marraquexe foram recebidos pelo guia local que os conduziu de imediato ao Hotel Ali, junto à famosa Praça Djemaa-El-Fna. O resto do dia foi passado a percorrer as ruas e praças da medina com os souks impregnados de cores e odores tão característicos destes povos do Magrebe.
No dia seguinte, deslocaram-se de 4x4 até Oukaimeden (3250 m), em pleno coração do Parque Nacional do Toubkal, para aí darem início à caminhada pelas montanhas do Alto Atlas. A paisagem montanhosa revelava-se bastante árida até porque estavam numa das mais importantes estâncias de ski do continente africano. No entanto, dada a fraca pluviosidade deste inverno apenas se avistavam pequenas manchas de neve branca. Entretanto, o pequeno grupo de "expedicionários", inicialmente constituído pelos 3 exmágalos, o guia e dois cozinheiros e tratadores das duas mulas de carga, ficou ainda mais multicultural com a inclusão imprevista de dois elementos femininos, uma francesa (Celine) e outra alemã (Uta). O percurso desse dia, que foi acompanhado de perto pelas mulas que transportavam os mantimentos e todo o equipamento necessário para a travessia, só terminou junto a uma aldeia berbere onde foi montado acampamento para pernoitarem.
Depois de uma noite mal dormida, perturbada pelo incessante uivar de um grupo de cães selvagens que rondavam o acampamento e pelas temperaturas bem negativas que foram atingidas, os exmágalos foram brindados com chá e cafés feitos no lume da fogueira e pão aquecido nas brasas. Retemperadas as forças era hora de por os pés ao caminho desse dia, que passaria por algumas aldeias berberes e por uma subida acentuada ziguezagueando num cenário de montanhas e vales de uma aridez impressionantes. O dia só terminou na casa do guia Slimane em Imlil (1750 m), que serviria de base da "expedição" por ainda mais um dia.
O dia seguinte foi preenchido com uma pequena incursão por montanhas e vales até um pequeno templo muçulmano encaixado num vale do maciço roxoso. O final de tarde foi passado a beber o tradicional chá de menta no aconchegante Kasbah do Toubkal no regresso a Imlil.
Ao quinto dia deixaram os cenários da alta montanha e, em 4x4, foram levados a contemplar os tons vermelhos da terra e o verde vivo do bonito vale de Ounila. Outro momento alto foi a visita a Ait Benhaddou, cidade fortificada declarada Património Mundial da UNESCO, onde os exmágalos encontraram a sua primeira cache em território africano. Essa noite foi passada num hotel em Ouarzazate onde foram maravilhosa e gastronomicamente bem recebidos pelo dono, o senhor Ahmed.
O cenário das impressionantes Gorges do Dadès e do Todra marcaram a viagem do dia seguinte para leste em direção ao interior de Marrocos. Igualmente marcante foi o cenário da paisagem lunar onde os exmágalos tiveram a oportunidade de encontrar a sua primeira cache FTF (First to Find)!
O início do 7º dia começou bem cedo para assistir ao marcante nascer do sol em plenas dunas de Erg Chebbi, formadas pela areia dourada do deserto do Sahara já bem perto da fronteira com a Argélia. Foram momentos mágicos que ali se viveram tal como foi percorrer o olhar pelo vasto horizonte dourado, durante o passeio feito um pouco a custo na transposição das dunas constituídas por uma finíssima areia. Também quase enterrada na areia foi encontrada mais uma cache, desta vez numa incursão noturna perto do hotel.
Já no caminho em direção à costa atlântica, e em plena travessia do Alto Atlas em táxi, os exmágalos foram presenteados com um nevão cujo manto branco transformou por completo aquele cenário montanhoso.
Em Essaouira, cidade piscatória com forte presença da passagem dos portugueses nomeadamente com o seu forte militar classificado como Património Mundial da UNESCO, os exmágalos embrenharam-se por completo na vida e hábitos marroquinos. O cenário marítimo era bem diferente daquele percorrido ao longo dos últimos dias e o passeio realizado à beira mar trouxe-lhes à memória já alguma saudade do seu pequeno "cantinho na Europa".
O regresso a Portugal fez-se novamente por Marraquexe, onde ainda houve tempo, antes de apanharem o avião, de encontrar uma última cache no bonito Jardim Ménara.