quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Por terras do “Caminho de Salomão”


Com o pretexto inicial de um fim de semana de convívio entre amigos na zona do Fundão, estes dois dias acabaram por trazer à memória dos exmágalos parte da viagem realizada por José Saramago (1922 - 2010) na fase final da sua vida, que procurava traçar um possível itinerário da rota portuguesa do caminho realizado pelo elefante Salomão na sua obra “A Viagem do Elefante”.
O caminho traçado desta vez pelos exmágalos Ritinha e Carlitos passou pela aldeia histórica de Castelo Novo onde percorreram a pé as suas íngremes ruas que os levaram à praça do município cujos pelourinho e fonte centenários conferiam um ar rústico a todo o cenário envolvente. A procura da Lagariça, ancestral vestígio de trabalhos em comunidade e que era utilizada para a pisa das uvas, fê-los entrar noutro acolhedor ambiente de artes e paladares regionais de nome Casa da Lagariça. A subida ao castelo permitiu-lhes apreciar a bonita paisagem sobre a região e onde puderam também encontrar facilmente uma cache.
A vila de Belmonte, onde as exmágalas Teresa e Cristina e mais alguns amigos já os esperavam, seguiu-se no roteiro. A visita ao castelo desta vila berço do descobridor do Brasil no séc. XV, o navegador Pedro Alvares Cabral, foi então seguida por uma viagem a pé pelos Museus à Descoberta do Novo Mundo, do Azeite, Judaico, Ecomuseu e pela Igreja de Santiago. Junto à Torre Centum Cellas, monumento emblemático possivelmente de origem romana mas do qual se desconhece a sua finalidade, os exmágalos encontraram mais uma cache cujo recipiente foi por eles substituído, como previsto, devido à destruição do anterior. Com um animado e delicioso jantar n’O Alambique de Ouro, no Fundão, culminou este primeiro dia da «viagem».
O dia seguinte iniciou-se com um pequeno passeio pelas ruas do centro da cidade do Fundão em cuja praça principal os exmágalos encontraram facilmente mais uma cache citadina.
A aldeia de Sortelha era o próximo local a visitar. Ao transporem a imponente Porta da Vila, o grupo ficou logo impressionado com a preservação do casario e ruas envolventes. Após a passagem pelo Largo do Pelourinho, e já a caminho do castelo, alguém conseguiu vislumbrar, por entre uma porta ogival, uma pedra em forma de cabeça. Era a famosa Cabeça da Velha e como sabiam que por ali estaria escondida uma cache, não perderam tempo a ligar o GPS. Após algumas voltas em torno do GZ, ela lá apareceu num local bastante insólito… O vento forte e gélido que se fazia sentir não demoveu o grupo na subida às muralhas do castelo para apreciarem as várias paisagens que ali do alto se podiam contemplar, em que dezenas de aerogeradores predominavam. Já sem o restante grupo, os dois exmágalos iniciais ainda foram premiados com mais uma cache encontrada nesta aldeia histórica, num local de paisagem igualmente privilegiada.
Já no trajeto de regresso deste “Caminho de Salomão”, os exmágalos fizeram ainda por passar pela vila de Constância onde se crê ter nascido Camões. Foi aliás no jardim com uma estátua do poeta, junto ao rio Zêzere, que os exmágalos, provavelmente devido ao escuro da noite que entretanto se tinha posto, não conseguiram descobrir a cache que por ali os estaria a mirar. Ficará seguramente para uma próxima passagem… Não saíram no entanto da Vila Poema de Constância sem encontrarem a última cache desta viagem junto à Ponte de Ferro sobre o Zêzere que teve ainda o mérito de ter sido a primeira cache a ser encontrada pelo grupo no distrito de Santarém!
Esta foi a pequena viagem realizada pelos exmágalos por onde provavelmente também terá passado, no séc. XVI, o elefante Salomão nessa maior viagem pela europa, entre Belém e Viena. Mas seguramente, tal como agora este grupo, o asiático paquiderme terá ficado deleitado com as belas terras por onde passou e, ao contrário do fim do pobre bicho, e nas palavras do próprio Nobel, “há que contar com as aldeias históricas, elas estão vivas. Eis a lição desta viagem.”