quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Água, sal e terra na Serra dos Candeeiros



Um passeio pela Serra dos Candeeiros estava há muito na ideia dos exmágalos Ritinha e Carlitos que aproveitaram um fim de semana de sol para conhecer algumas das bonitas paisagens daquele Maciço Calcário Estremenho.
A primeira paragem foi nos Olhos de Água do Alviela, local onde nasce o rio Alviela, em pleno Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, e cuja água é conduzida até àquele local por uma complexa rede de galerias subterrâneas que constituem centenas de grutas existentes na região. Aqui, os exmágalos, percorrendo um pequeno caminho pedestre, foram à descoberta de um dos mais interessantes fenómenos flúvio-cársicos do nosso país, protagonizado pela passagem das águas da Ribeira dos Amiais, pequeno afluente do Alviela. Esta ribeira, ao deparar-se com um afloramento calcário, desaparece no interior da rocha através de uma gruta - Perda ou Sumidouro - construída à custa da erosão das águas, emergindo novamente um pouco mais à frente - Ressurgência. O log da earthcache sobre este fenómeno geológico permitiu ainda incrementar o contador de caches deste grupo de amigos.
O ponto seguinte da visita foram as Salinas da Fonte da Bica, mais conhecidas por Marinhas de Sal de Rio Maior, classificadas como Imóvel de Interesse Público, cuja atividade de produção e armazenamento tradicional do sal se mantém desde há oito séculos. Neste local encontra-se uma mina de sal-gema, muito extensa e profunda, cujo sal é extraído através do bombeamento de água e sua evaporação nos diversos talhões existentes à superfície.
Numa breve passagem pela vila de Alcobertas, os exmágalos visitaram a Igreja de Santa Maria Madalena e o dólmen-capela adjacente, monumento megalítico de caráter funerário classificado de Imóvel de Interesse Público. Os silos mouros, maior conjunto de silos a céu aberto conhecidos na Península Ibérica, mereceram igualmente a sua visita.
As lagoas do Arrimal, dois admiráveis espelhos líquidos e verdadeiros “oásis” no mar de secura que as envolve, fizeram o deleite dos dois exmágalos que, para além de registarem em fotografias estas belas paisagens de final de tarde, também puderam encontrar mais uma cache junto à Lagoa Grande.
A passagem por Serro Ventoso e pelo Miradouro de Chão de Pias, para além da ampla paisagem sobre Porto de Mós, saldou-se em mais uma cache encontrada.
Depois de otimamente bem acolhidos no Retiro da Avó Lídia, em Mendiga, os dois exmágalos visitaram o interior do Castelo de Porto de Mós, também conhecido por Castelo de D. Fuas Roupinho, cujas torres, grandes e verdes, e de forma bicuda, fazem deste castelo, classificado como Monumento Nacional, um dos mais originais do nosso país. Também aqui, após grande insistência, conseguiram encontrar mais uma cache muito bem dissimulada no seu esconderijo. Esta ficou, aliás, registada como a 400ª cache encontrada pelo grupo! Ainda na vila de Porto de Mós, junto à capela de Santo António e com vista privilegiada sobre o castelo, puderam encontrar mais uma cache.
O percurso pedestre da Fórnea permitiu desentorpecer as pernas dos dois exmágalos, percorrendo um caminho de terra rodeado de olivais até se entrar num vale que culmina no lugar da Fórnea, uma estrutura geológica única no país. Trata-se de um magnífico anfiteatro natural com cerca de 500 m de diâmetro e 250 m de altura, de onde surge, a meia encosta, e após percurso subterrâneo, a ribeira homónima.
De passagem pela localidade de Alvados, os exmágalos, após alguma persistência, encontraram mais uma cache junto à sua Igreja Matriz.
Já à entrada da vila de Mira de Aire fizeram uma paragem no imponente Cruzeiro onde, apesar do frio que se fazia sentir, facilmente encontraram mais uma cache. Seguiu-se a visita ao interior das Grutas de Mira de Aire, as maiores grutas de Portugal, descobertas em 1947, que, com as suas estranhas e variadíssimas formações calcárias realçadas por variados pontos de quentes luzes, cativam miúdos e graúdos. Já do lado de fora da gruta, e depois de vencidos os 110 m de desnível percorridos durante a visita, a dupla de exmágalos encontrou rapidamente mais uma cache.
Este passeio terminou na vila de Minde onde, num dos seus pontos mais altos localizado junto ao Cruzeiro, os exmágalos apreciaram uma ampla e bela vista sobre o Polje de Mira-Minde, também denominado «Mar de Minde». Embora seco nesta altura do ano, dado que apenas permanece inundado três a quatro meses, em anos de pluviosidade média, os exmágalos descobriram ali a última cache deste preenchido fim de semana.
Dada a riqueza de paisagens encontradas bem como a variedade de percursos pedestres assinalados nesta região, certamente que estes exmágalos voltarão, pois ficou a curiosidade de percorrer estes caminhos em época de ribeiros cheios e abundantes cascatas.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Por terras do “Caminho de Salomão”


Com o pretexto inicial de um fim de semana de convívio entre amigos na zona do Fundão, estes dois dias acabaram por trazer à memória dos exmágalos parte da viagem realizada por José Saramago (1922 - 2010) na fase final da sua vida, que procurava traçar um possível itinerário da rota portuguesa do caminho realizado pelo elefante Salomão na sua obra “A Viagem do Elefante”.
O caminho traçado desta vez pelos exmágalos Ritinha e Carlitos passou pela aldeia histórica de Castelo Novo onde percorreram a pé as suas íngremes ruas que os levaram à praça do município cujos pelourinho e fonte centenários conferiam um ar rústico a todo o cenário envolvente. A procura da Lagariça, ancestral vestígio de trabalhos em comunidade e que era utilizada para a pisa das uvas, fê-los entrar noutro acolhedor ambiente de artes e paladares regionais de nome Casa da Lagariça. A subida ao castelo permitiu-lhes apreciar a bonita paisagem sobre a região e onde puderam também encontrar facilmente uma cache.
A vila de Belmonte, onde as exmágalas Teresa e Cristina e mais alguns amigos já os esperavam, seguiu-se no roteiro. A visita ao castelo desta vila berço do descobridor do Brasil no séc. XV, o navegador Pedro Alvares Cabral, foi então seguida por uma viagem a pé pelos Museus à Descoberta do Novo Mundo, do Azeite, Judaico, Ecomuseu e pela Igreja de Santiago. Junto à Torre Centum Cellas, monumento emblemático possivelmente de origem romana mas do qual se desconhece a sua finalidade, os exmágalos encontraram mais uma cache cujo recipiente foi por eles substituído, como previsto, devido à destruição do anterior. Com um animado e delicioso jantar n’O Alambique de Ouro, no Fundão, culminou este primeiro dia da «viagem».
O dia seguinte iniciou-se com um pequeno passeio pelas ruas do centro da cidade do Fundão em cuja praça principal os exmágalos encontraram facilmente mais uma cache citadina.
A aldeia de Sortelha era o próximo local a visitar. Ao transporem a imponente Porta da Vila, o grupo ficou logo impressionado com a preservação do casario e ruas envolventes. Após a passagem pelo Largo do Pelourinho, e já a caminho do castelo, alguém conseguiu vislumbrar, por entre uma porta ogival, uma pedra em forma de cabeça. Era a famosa Cabeça da Velha e como sabiam que por ali estaria escondida uma cache, não perderam tempo a ligar o GPS. Após algumas voltas em torno do GZ, ela lá apareceu num local bastante insólito… O vento forte e gélido que se fazia sentir não demoveu o grupo na subida às muralhas do castelo para apreciarem as várias paisagens que ali do alto se podiam contemplar, em que dezenas de aerogeradores predominavam. Já sem o restante grupo, os dois exmágalos iniciais ainda foram premiados com mais uma cache encontrada nesta aldeia histórica, num local de paisagem igualmente privilegiada.
Já no trajeto de regresso deste “Caminho de Salomão”, os exmágalos fizeram ainda por passar pela vila de Constância onde se crê ter nascido Camões. Foi aliás no jardim com uma estátua do poeta, junto ao rio Zêzere, que os exmágalos, provavelmente devido ao escuro da noite que entretanto se tinha posto, não conseguiram descobrir a cache que por ali os estaria a mirar. Ficará seguramente para uma próxima passagem… Não saíram no entanto da Vila Poema de Constância sem encontrarem a última cache desta viagem junto à Ponte de Ferro sobre o Zêzere que teve ainda o mérito de ter sido a primeira cache a ser encontrada pelo grupo no distrito de Santarém!
Esta foi a pequena viagem realizada pelos exmágalos por onde provavelmente também terá passado, no séc. XVI, o elefante Salomão nessa maior viagem pela europa, entre Belém e Viena. Mas seguramente, tal como agora este grupo, o asiático paquiderme terá ficado deleitado com as belas terras por onde passou e, ao contrário do fim do pobre bicho, e nas palavras do próprio Nobel, “há que contar com as aldeias históricas, elas estão vivas. Eis a lição desta viagem.”

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

À conquista dos Picos de Europa



Partida: Coimbra, Portugal. Destino: Parque Nacional Picos de Europa, Astúrias, Espanha. Os cerca de 670 km que distam entre os dois locais deixavam antever uma longa e estafante viagem para os quatro exmágalos aventureiros Teresa, Salomé, Ritinha e Carlitos.
A visita à povoação de Sanabria, município raiano de Espanha na província de Zamora, foi o primeiro desvio realizado pelo grupo. As suas ruas empedradas foram percorridas pelos exmágalos que ficaram admirados com o aspeto cuidado das casas em pedra da zona antiga desta pitoresca cidade de origem medieval.
Entretanto, com o dia a finalizar, o grupo decidiu pernoitar na cidade de León onde, devido à hora tardia, puderam apenas fotografar por fora a sua bonita Catedral de estilo gótico. Infelizmente os famosos vitrais e a cache a eles associada teve de ficar para uma outra oportunidade.
No dia seguinte, a viagem até aos Picos de Europa foi relativamente curta. Os exmágalos iniciaram a sua visita pelo Centro de Interpretação instalado no Parque dos Lagos de Covadonga, com passagem por miradouros e antigas Minas de Buferrera, seguindo-se um pequeno passeio pelos bonitos lagos La Ercina e Enol situados a cerca de 1200 m de altitude.
A Basílica de Santa María la Real de Covadonga mostrou-se imponente no cimo de uma colina. Contígua ao monumento encontra-se a Santa Cueva onde se venera a Virgem de Covadonga e onde, a escassos metros, os exmágalos encontraram a sua primeira cache desta viagem e a primeira em terras de «nuestros hermanos». No final deste segundo dia os exmágalos puderam contemplar de longe pela primeira vez o afamado Naranjo de Bulnes ou Picu Urriello.
No dia seguinte o grupo, agora reduzido temporariamente a três elementos, partiu de Poncebos à conquista dos "picos" num funicular que percorre o interior da montanha até Bulnes, num percurso de 2,2 km vencendo um desnível de 402 m. Depois de encontrada facilmente mais uma cache nesta aldeia escondida no enclave de um vale, o difícil trilho do Camburero em direção ao Picu Urriello foi sendo vencido com algum custo mas sem perderem o entusiasmo. A imponência do Naranjo de Bulnes ia-se fazendo notar à medida que o grupo se aproximava daquele fantástico maciço. Depois de uma penosa ascenção de cerca de 1300 m de desnível e após 6 horas de caminhada, os exmágalos atingiram finalmente a base do Picu Urriello, local onde se encontrava o refúgio onde haveriam de pernoitar nessa noite. Foi também aqui no sopé deste maciço, depois de vencidos mais uns 300 m de altitude, que o grupo encontrou ainda mais uma cache.
O início do quarto dia deu-se aos primeiros raios de sol, tendo assim os exmágalos a oportunidade de assistir aos tons laranja de fogo que terão dado origem ao nome do mítico maciço. O trilho que se seguiu percorreu vales e gargantas de uma agreste e marcante paisagem, seguindo-se uma dura escalada até se atingir um planalto denominado «Horcados Rojos». Desde este local ou ainda do cimo da «Torre de los Horcados Rojos» a 2505 m de altitude, a paisagem em redor era simplesmente deslumbrante e que constitui seguramente a mais bela recompensa da natureza pelo esforço humano em transpor aquelas altitudes. Agora o caminho era sempre a descer por um trilho encaixado num árido vale até se atingir o Refugio del Cable, localizado no cimo de uma falésia mas com acesso por via de teleférico a Fuente Dé.
Após uma noite de merecido descanso em Arenas de Cabrales o grupo de quatro exmágalos percorreu, neste quinto dia, um dos mais conhecidos trilhos dos Picos de Europa, a Ruta do Cares, entre Poncebos e Caín. A particularidade que mais os impressionou foi sem dúvida a beleza do trilho e túneis escavados na rocha, serpenteando a garganta do rio Cares.
No dia seguinte fizeram-se as despedidas do Parque Nacional não sem antes terem passado por alguns miradouros, onde puderam contemplar verdejantes paisagens pinceladas já com alguns tons outonais.
Já em Burgo, onde os exmágalos pernoitaram nessa última noite, o grupo percorreu algumas das ruas desta cidade rica em arte gótica e onde descobriu mais três caches (1,2,3). Uma das quais junto à grandiosa Catedral de Burgos cuja visita ao seu interior mereceu a atenção detalhada dos exmágalos.
Com as almas reconfortadas os exmágalos não se despediram das terras de «nuestros hermanos» sem trazerem os famosos caramelos numa breve paragem em Fuentes de Oñoro. 

sábado, 14 de maio de 2011

Tricentésima debaixo de chuva


Em dia de fortes aguaceiros os exmágalos Salomé, Ritinha e Carlitos, contrariando o tempo que fazia lá fora, foram dar um passeio de jeep até à vila de Penacova. E por que não fazer umas caches durante algumas abertas no tempo? Assim o pensaram, assim o fizeram.
A cache que se encontrava escondida nos centenários fornos de cal apareceu rapidamente debaixo de uma chuva miudinha e após alguma hesitação de quem se chegaria à frente para a tirar da sua "toca". Como compensação, os exmágalos foram presenteados com um Travel Bug que pretende viajar por terras da América do Norte e que tentarão em breve dar-lhe nova "estação" rumo ao seu destino.
A paragem seguinte para apreciar os doces conventuais da região e admirar a maravilhosa paisagem sobre o rio Mondego encheu a alma e a barriga dos três exmágalos.
O Penedo de Castro, conjunto de rochedos graníticos que se erguem numa encosta ali bem perto da vila, bem como a cache que aí estaria escondida, foram motivos suficientes para os exmágalos se porem de novo ao caminho. A impressionante vista panorâmica sobre a vila encaixada nas margens do rio Mondego e a vastidão do espaço envolvente absorveram logo por completo a sua atenção. Após alguns instantes de contemplação e um pequeno compasso de espera até que um grupo de muggles se retirasse, os exmágalos "arrancaram das rochas" mais uma cache que, feitas as contas, ficará marcada como a tricentésima encontrada pelo grupo.
O tempo tinha entretanto piorado mas os destemidos exmágalos foram ainda em busca de mais uma cache, desta vez junto às margens do rio Mondego. Para desalento do grupo este objetivo não foi alcançado (nem fotografado), ou porque não tiveram "olhinhos" suficientes para dar com ela ou porque os corpos já algo molhados tornavam a busca desconfortável.
Ficou no entanto a vontade de voltar àquelas paragens pois motivos não faltarão, passando por alguns doces regionais que não chegaram a ser provados, até à quantidade de caches colocadas em sítios ainda por descobrir.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Por Terras do Grande Lago


De volta ao Alentejo durante dois breves dias, os exmágalos Ritinha e Carlitos, andaram a conhecer mais uma parte daquela província nacional tão cara para estes dois ex-muggles.
A primeira paragem foi na bonita cidade de Évora onde, percorrendo a pé o seu centro histórico de ruas, praças e monumentos excelentemente preservados e declarados Património Mundial pela UNESCO, tiveram o engenho de encontrar duas caches (1,2) já em plena noite.
A Herdade do Esporão, em Reguengos de Monsaraz, foi o local de passagem seguinte que muito os surpreendeu, com os seus verdes e extensos campos de videiras e a casa de Enoturismo muito bem cuidada e acolhedora.
Já na freguesia de Corval, a rápida visita ao exterior da Ermida de Nossa Senhora do Rosário e a paragem no Menir da Rocha dos Namorados, para a inevitável prática do “rito pagão de fertilidade“, ficaram igualmente gravadas na memória dos exmágalos.
A visita demorada à vila amuralhada de Monsaraz, classificada Monumento Nacional, constituiu o ponto alto seguinte do passeio. As ruas e casario típicos conduziram os dois exmágalos ao interior das torres fortificadas do castelo de onde puderam avistar a imensidão dos campos verdejantes nas margens do Guadiana. Foi também ali que “debaixo dos seus pés” encontraram mais uma cache.
O castelo da vila de Mourão, local seguinte de paragem, apesar da sua imponência revelou-se um monumento de preservação algo descuidada.
Seguindo pelas margens da albufeira do Alqueva, a passagem pela nova aldeia da Luz e visita ao espólio do seu museu, bem como os campos floridos e verdejantes junto ao grande lago, ficaram igualmente registados na película fotográfica dos exmágalos. Foi já na aldeia da Estrela localizada atualmente ao longo de uma estreita península, e sempre com a albufeira no horizonte, que tiraram da “toca” mais uma cache.
A visita fugaz ao centro da cidade de Moura e a passagem pelo paredão da Barragem do Alqueva, quando já o sol se escondia no horizonte, marcaram o final daquele dia que só terminou em Vila Nova da Baronia, na quinta da Horta da Lameira.
A vila do Alvito e o seu castelo de estilo manuelino, atualmente transformado em Pousada, e as visitas às Barragens de Odivelas e Alvito fizeram parte do percurso da manhã do dia seguinte. Foi aliás nesta última que, debaixo de um sol quente, os dois exmágalos encontraram mais uma cache.
A rápida passagem pelo castelo e igreja matriz de Viana do Alentejo, infelizmente àquela hora fechados, e o facto de não terem tido o engenho de descobrir a nano-cache algures escondida à entrada das muralhas, fizeram com que ficasse o desejo de ali voltar um dia mais tarde.
A simpática e bonita vila de Portel, encimada por um magestoso castelo, foi a última localidade do roteiro em redor do grande lago programado para aquele fim de semana. Ali, em jeito de drive-in, como refere a própria cache, os exmágalos ainda tiveram a hipótese de encontrar a sua última cache do dia.
A paragem no local dos ancestrais cromeleques e menir dos Almendres, depois de percorridos cerca de 6 km em terra batida, deu início à viagem de regresso a Lisboa, onde os exmágalos chegaram já o sol fazia a sua despedida…

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Viagem a Marrocos: Marraquexe + Alto Atlas + Deserto + Costa Atlântica


Semana de Carnaval. A agenda dos exmágalos Teresa, Ritinha e Carlitos indicava "Viagem a Marrocos: Marraquexe + Alto Atlas + Deserto + Costa Atlântica". As notícias de tensão do mundo árabe, surgidas nas semanas que antecederam a partida, não os demoveram a mais esta aventura até por que tinham à sua espera Baadoud Slimane, o guia de montanha local, com o qual já haviam tido outras agradáveis experiências em Marrocos.
O primeiro vislumbre da imponente cordilheira do Atlas, a cadeia de montanhas que divide o país ao meio e cujo cume mais alto é o monte Toubkal (4167 m), foi ainda através da janela do avião.
Chegados ao aeroporto de Marraquexe foram recebidos pelo guia local que os conduziu de imediato ao Hotel Ali, junto à famosa Praça Djemaa-El-Fna. O resto do dia foi passado a percorrer as ruas e praças da medina com os souks impregnados de cores e odores tão característicos destes povos do Magrebe.
No dia seguinte, deslocaram-se de 4x4 até Oukaimeden (3250 m), em pleno coração do Parque Nacional do Toubkal, para aí darem início à caminhada pelas montanhas do Alto Atlas. A paisagem montanhosa revelava-se bastante árida até porque estavam numa das mais importantes estâncias de ski do continente africano. No entanto, dada a fraca pluviosidade deste inverno apenas se avistavam pequenas manchas de neve branca. Entretanto, o pequeno grupo de "expedicionários", inicialmente constituído pelos 3 exmágalos, o guia e dois cozinheiros e tratadores das duas mulas de carga, ficou ainda mais multicultural com a inclusão imprevista de dois elementos femininos, uma francesa (Celine) e outra alemã (Uta). O percurso desse dia, que foi acompanhado de perto pelas mulas que transportavam os mantimentos e todo o equipamento necessário para a travessia, só terminou junto a uma aldeia berbere onde foi montado acampamento para pernoitarem.
Depois de uma noite mal dormida, perturbada pelo incessante uivar de um grupo de cães selvagens que rondavam o acampamento e pelas temperaturas bem negativas que foram atingidas, os exmágalos foram brindados com chá e cafés feitos no lume da fogueira e pão aquecido nas brasas. Retemperadas as forças era hora de por os pés ao caminho desse dia, que passaria por algumas aldeias berberes e por uma subida acentuada ziguezagueando num cenário de montanhas e vales de uma aridez impressionantes. O dia só terminou na casa do guia Slimane em Imlil (1750 m), que serviria de base da "expedição" por ainda mais um dia.
O dia seguinte foi preenchido com uma pequena incursão por montanhas e vales até um pequeno templo muçulmano encaixado num vale do maciço roxoso. O final de tarde foi passado a beber o tradicional chá de menta no aconchegante Kasbah do Toubkal no regresso a Imlil.
Ao quinto dia deixaram os cenários da alta montanha e, em 4x4, foram levados a contemplar os tons vermelhos da terra e o verde vivo do bonito vale de Ounila. Outro momento alto foi a visita a Ait Benhaddou, cidade fortificada declarada Património Mundial da UNESCO, onde os exmágalos encontraram a sua primeira cache em território africano. Essa noite foi passada num hotel em Ouarzazate onde foram maravilhosa e gastronomicamente bem recebidos pelo dono, o senhor Ahmed.
O cenário das impressionantes Gorges do Dadès e do Todra marcaram a viagem do dia seguinte para leste em direção ao interior de Marrocos. Igualmente marcante foi o cenário da paisagem lunar onde os exmágalos tiveram a oportunidade de encontrar a sua primeira cache FTF (First to Find)!
O início do 7º dia começou bem cedo para assistir ao marcante nascer do sol em plenas dunas de Erg Chebbi, formadas pela areia dourada do deserto do Sahara já bem perto da fronteira com a Argélia. Foram momentos mágicos que ali se viveram tal como foi percorrer o olhar pelo vasto horizonte dourado, durante o passeio feito um pouco a custo na transposição das dunas constituídas por uma finíssima areia. Também quase enterrada na areia foi encontrada mais uma cache, desta vez numa incursão noturna perto do hotel.
Já no caminho em direção à costa atlântica, e em plena travessia do Alto Atlas em táxi, os exmágalos foram presenteados com um nevão cujo manto branco transformou por completo aquele cenário montanhoso.
Em Essaouira, cidade piscatória com forte presença da passagem dos portugueses nomeadamente com o seu forte militar classificado como Património Mundial da UNESCO, os exmágalos embrenharam-se por completo na vida e hábitos marroquinos. O cenário marítimo era bem diferente daquele percorrido ao longo dos últimos dias e o passeio realizado à beira mar trouxe-lhes à memória já alguma saudade do seu pequeno "cantinho na Europa".
O regresso a Portugal fez-se novamente por Marraquexe, onde ainda houve tempo, antes de apanharem o avião, de encontrar uma última cache no bonito Jardim Ménara.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Primeira cache FTF foi em Marrocos

A primeira cache FTF (First To Find) dos exmágalos foi encontrada em Marrocos, em pleno trajeto entre as Gorges do Dadès e as Gorges do Todra, localizadas a sul do maciço do Alto Atlas.


A cache encontra-se localizada nas ruínas de um kasbah (antiga fortaleza), situado numa pequena elevação constituída por camadas sedimentares de basalto.

Devido à semelhança da morfologia deste tipo de terreno, que se estende ao longo de cerca de 10 km, é com certeza um local privilegiado para testar equipamentos espaciais para futuras missões à lua ou a Marte.

A procura da cache foi dificultada pela subida a pé por um terreno bastante irregular e pela enorme quantidade de buracos e pedras soltas nas imediações do GZ (Ground Zero). No entanto, após intensa busca debaixo de uma chuva miúda e de uma preciosa ajuda de orientação geográfica do muggle Slimane, os exmágalos Teresa, Rita e Carlitos deram por bem empregue o tempo que ali gastaram ao ouvir-se a tão esperada expressão: “Está aqui!”.



segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

No cume da Estremadura


O ponto de encontro era a casa abrigo "Casa da Serra", junto ao acesso à Serra de Montejunto desde a povoação de Vila Verde de Francos. Não foi fácil dar com o sítio e quando os exmágalos Ritinha e Carlitos finalmente encontraram o local, o grupo organizador do passeio pedestre SAL já se encontrava prestes a dar o "tiro de partida". A fantástica vista que se vislumbrava daquele local, deixava antever o que seria um percurso algo difícil mas de paisagens deslumbrantes.
O cenário inicial do percurso de cerca de 15 km era constituído pelos campos verdejantes das lezírias do Tejo e por um alinhamento montanhoso, encimados por ancestrais moinhos de vento que conviviam serenamente com modernos aerogeradores. A caminhada, que começou a meia encosta, passou rapidamente para uma subida bastante íngreme e em corta-mato até se atingir um amplo planalto, onde o grupo aproveitou para descansar do esforço.
O percurso continuou já num cenário diferente, ladeado por imponente arvoredo, até à chegada à Real Fábrica de Gelo. Seguiu-se uma visita guiada ao recinto onde se fabricou gelo, entre meados do séc. XVIII e finais do séc. XIX, para deleite da corte do Rei em Lisboa. Este complexo fabril destinava-se sobretudo a colmatar as falhas observadas nos fornecimentos vindos da Serra da Estrela e da Lousã, de onde eram transportados o mais rápido possível, durante a noite, em carroças e por barco.
Após a sandocha a servir de almoço, o caminho continuou por entre frondosas árvores que, no entanto, rapidamente deram lugar a um cenário de trilhos mais despidos, tendo desta vez lá em cima como horizonte o Observatório astronómico e as antenas do emissor de Montejunto. Este seria aliás o destino seguinte, após nova penosa ascensão até ao cume da serra com 666m de altitude. Depois de um breve descanso e contemplação da fantástica paisagem circundante, o grupo teve direito a um enquadramento histórico das ruínas do Convento da Ordem de S. Domingos, da Capela da N. Sra das Neves e do inacabado Convento da Reforma de Montejunto.
Deu-se início à descida por entre arvoredo rasteiro e algum cascalho, percorrendo um trilho naturalmente sulcado pelo meio de um vale verdejante.
Terminado o percurso pedestre, os exmágalos subiram de novo ao cimo da serra, desta vez no cachemobile, para encontrar uma cache, agora sem muggles por perto, bem junto às antenas do emissor.
Por que o sol se escondia escarlate no horizonte, houve tempo ainda para uns momentos de idílica contemplação desde o cimo do miradouro natural mais alto da Estremadura.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Viagem no tempo à 1ª cache encontrada


Por que não havia registo desse mítico dia 22-Fev-2009 (ainda este blogue não tinha visto a luz do dia) em que um grupo de amigos se iniciou na actividade do geocaching, faz-se agora uma rápida viagem no tempo para que fique gravado para todo o sempre, se não nas nossas memórias, pelo menos aqui na globosfera.
Nesse fim de semana, o grupo, que um pouco mais tarde se haveria de auto-denominar de exmágalos, programou realizar mais uns habituais passeios pedestres mas, deste vez, com um aliciante adicional que era participar num jogo e descobrir umas caixas escondidas por outras pessoas.
A deslocação foi à Serra da Freita, Arouca. Foi mais uma oportunidade de caminharem numa região de Portugal com óptimas paisagens e percursos pedestres bem cuidados e assinalados.
No primeiro dia percorreram o PR15, denominado "Viagem à Pré-História", cujos pontos altos foi a passagem quase despercebida pelos restos das Antas do Monte Calvo, a presença sempre constante no horizonte dos aerogeradores do Parque Eólico da Freita, bem como observar esse fenómeno geológico raro a nível mundial que são as pedras parideiras.
Após um belo jantar e uma noite bem descansada no Parque de Campismo do Merujal, o segundo dia foi passado a percorrer o PR7, denominado "Caminhada Exótica", com uma incursão inicial à base da cascata da Frecha da Mizarela com o intuito de aí procurar a primeira cache que, no entanto, teimou em não aparecer. O percurso revelou-se bastante acidentado e por vezes um pouco mais exigente para algumas pernas mais curtas... Desta vez foi a bela e imponente cascata que preencheu uma boa parte do horizonte, sendo de realçar uma ou outra transposição mais difícil do terreno que culminou num banho de pés retemperador nas águas frias do rio Caima. O dia foi finalizado com a proveitosa passagem pelo Monte São Pedro Velho (1077m) onde, desta vez, conseguiram facilmente descobrir a primeira cache dos exmágalos.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

"Navegando" no Mar da Palha


Foi em dia de vento forte e gélido mas soalheiro que os exmágalos Ritinha e Carlitos foram "navegar" para as latitudes do Mar da Palha junto ao Montijo.
Fizeram uma primeira paragem para observarem, desde Alcochete, as belas paisagens proporcionadas pelos sapais que integram a Reserva Natural do Estuário do Tejo.
Já no Montijo, a bela praia fluvial do Samouco foi a paragem seguinte para procurar uma cache. Infelizmente não ficou registada na contabilidade de caches dos exmágalos pois a sua busca foi dificultada pelos muggles à volta, em preparativos das artes da pesca. No entanto, a primeira cache do dia deu a conhecer aos exmágalos o Moinho de Vento do Esteval, exemplar emblemático do séc. XIX reconstruído há cerca de 10 anos, fazendo parte do espólio do Museu Municipal do Montijo. Após algumas "voltas" e descoberta a tal diferença, a tão esperada cache lá apareceu.
A cache seguinte levou os exmágalos ao Terminal Fluvial do Seixalinho. Como àquela hora não havia barco para apanhar foram rápidos a dar com a cache, e porque o vento frio teimava em penetrar nos ossos, o log foi já feito no interior do cachemobil.
Já no concelho da Moita, a terceira cache trouxe o ponto alto do dia, proporcionando uma bela caminhada ao longo da praia fluvial do Rosário, de onde se podia contemplar uma enorme área do estuário do Tejo, desde Lisboa, Montijo e Barreiro com o que resta do seu imponente passado industrial. A cache foi facilmente "apanhada" juntamente com algumas conchas que os exmágalos trouxeram para casa e que serviu de disfarce para alguns muggles que passeavam no areal.
Ainda com alguma luz do dia, na passagem por Alhos Vedros, tiveram ainda tempo de tentar encontrar mais uma cache localizada no denominado Parque das Salinas, onde outrora se extraía este precioso condimento. No entanto, pese embora estivessem no GZ (Ground Zero) correcto, a cache não apareceu. Souberam mais tarde que ela esteve "de baixo" das suas mãos mas devido à sua bem conseguida "camuflagem" desta vez ficou registada como "not found". Ficou assim como aperitivo para uma próxima ida àquelas bandas do Tejo.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Balanço de final do ano 2010

Terminado mais um ano de exmagalhices, agora que estão passados quase vinte e um meses desde a criação deste foto-blogue e dois anos desde o início das actividades de geocaching, é altura dos exmágalos fazerem mais um balanço contabilístico da sua performance. E para isso nada melhor que apresentar e comentar alguns dos mapas e gráficos obtidos.

Até 31-Dez-2010 tinham sido registadas 253 caches encontradas pelos exmágalos, das quais 146 durante a ano de 2010, e 1 cache escondida. Estará na altura de fazer aumentar este último número, não? Venham de lá então essas propostas interessantes!

Esta é a distribuição por tipologia de caches:

No gráfico seguinte encontra-se representada a variação mensal do número de caches encontradas pelos exmágalos desde a sua primeira cache realizada em 22-Fev-2009. Segundo os registos, o sábado tem sido o dia da semana em que os exmágalos mais têm saído da sua “toca” para cachar, sendo ainda o agosto, mês tipicamente de férias grandes, a altura do ano com melhores “colheitas”.

No mapa de Portugal da imagem seguinte encontra-se evidenciada, por manchas coloridas, a representatividade, por distrito, das caches encontradas pelos exmágalos, face às caches actualmente existentes nesses territórios administrativos (não inclui caches arquivadas).

Aveiro mostra-se como o distrito em que as caches por encontrar já quase vão “escasseando”, facto ao qual as exmágalas da beira-mar não serão alheias.

No entanto, os exmágalos não se limitaram às fronteiras portuguesas, tendo já conquistado caches em outros 7 países espalhados por esse mundo fora.


Exmágalos no Mundo

Os países visitados pelos exmágalos e onde encontraram caches foram: Itália (14), Reino Unido (8), Hungria (5), República Checa (4), Alemanha (4), Áustria (3) e Canadá (1).