quarta-feira, 27 de junho de 2012

À procura de Trolls na Noruega


Reza a lenda que num país distante da escandinávia habitam umas criaturas mitológicas de aspeto antropomórfico e horrendo, que vivem em cavernas e grutas no meio da floresta. Segundo o folclore escandinavo, estas criaturas denominadas Trolls, para além dos seus poderes mágicos de mudarem de forma e de serem temidos, em especial pelas crianças, quando são expostas à luz solar transformam-se em pedra. Foi com esta lenda em mente que os exmágalos Ritinha e Carlitos se aventuraram a percorrer a Noruega, por entre bosques verdes, lagos gelados, profundos fiordes e enormes montanhas coroadas pela neve e, quem sabe, poderem comprovar a existência de tais criaturas sobrenaturais. Os exmágalos aproveitaram ainda para meter o GPS na mala de viagem pois, mesmo que não ajudasse na procura de Trolls, poderia sempre auxiliar a encontrar mais alguma cache para a sua contabilidade.
A capital, Oslo, situada à beira de uma imensa baía do Fiorde de Oslo, com os seus belos edifícios históricos e cuidados jardins, revelou-se uma cidade animada e cheia de vida ou não fosse fim de semana, altura em que os Noruegueses culturalmente saem para a rua e bebem álcool até cair para o lado. Nesta cidade, considerada uma das mais caras do mundo, puderam ainda conhecer alguns dos seus monumentos e locais emblemáticos, destacando-se o Palácio Real, o Centro Nobel da Paz, onde anualmente é realizada a cerimónia de entrega daquele Prémio Nobel, o ultra-moderno edifício da Casa da Ópera e ainda o Parque Frogner com as suas fantásticas 202 esculturas em granito e bronze de Gustav Vigeland. Foram ainda seis as caches (1, 2, 3, 4, 5, 6) encontradas pelos exmágalos na maior cidade da Noruega, tendo ainda obtido um TravelBug.
A viagem para Alesund, considerada a capital mundial do bacalhau, deu-se debaixo de uma chuva incessante. No pouco tempo disponível para conhecer esta cidade reconstruída em estilo Arte Nova, depois de ter sido totalmente destruída por um incêndio no início do século XX, os exmágalos percorreram algumas das suas ruas contrariando o vento e a chuva que continuavam a fazer-se sentir. Também aqui conseguiram encontrar mais duas caches (1, 2), que se tornaram ainda nas caches encontradas pelos exmágalos à maior latitude norte, até ao momento.
As paisagens deslumbrantes do Fiorde de Geiranger e o cruzeiro realizado neste braço de mar, onde puderam contemplar a famosa Cascata das Sete Irmãs, foram um dos pontos altos da manhã do terceiro dia. Antes de se aventurarem pelo Parque Nacional de Jostedalsbreen, os exmágalos ainda tiveram oportunidade de contactar com a neve junto a um lago congelado encaixado no meio das brancas montanhas. O percurso pedestre realizado por entre um magnífico vale verdejante culminou com a chegada a um lago de gélidas águas alimentado pelo degelo do Glaciar de Briksdal que, devido ao aumento da temperatura, tem vindo a diminuir a sua extensão ao longo das últimas décadas. Aqui conseguiram ainda mais duas caches (1, 2), sendo que a earthcache ficou marcada como a quingentésima cache realizada pelos exmágalos.
A passagem pela localidade de Skei e o longo passeio a pé realizado depois de um magnífico jantar, no qual puderam degustar uma quantidade variada de iguarias locais, fê-los tomar consciência de outro fenómeno caraterístico destas altas latitudes. É que, nesta altura do ano, o período de noite escura não existe ou é de escassas horas. Foi por isso que o regresso ao hotel, já quase aos primeiros instantes do dia seguinte, foi feito estranhamente ainda com alguma claridade nos céus. Já o fenómeno contrário dos meses de inverno, no qual os noruegueses não vêem um raio de sol, deverá ser bastante mais duro de suportar.
As paisagens de vales glaciares verdejantes e montanhas coroadas pela neve foram uma constante presença naquela região dos fiordes, bem como o vento frio do norte que se fazia sentir durante o cruzeiro realizado pelo Sognefjord, também conhecido como o “Fiorde dos Sonhos”, o segundo maior do mundo.
A visita à cidade de Bergen estava envolta em grande incógnita pois, dada a sua localização cercada por sete montanhas, é-lhe atribuída o título de cidade mais chuvosa da Europa com uma média de 235 dias de precipitação anual. Felizmente naquele dia não chovia nem era previsível que tal acontecesse nas seguintes 24 horas. Carregado de simbolismo foi o passeio realizado pela parte antiga do porto de Bryggen, circundado por casas de madeira datando do tempo da Liga Hanseática, e que integra a lista do Património da Humanidade da UNESCO. Igualmente interessantes foram os muitos quilómetros percorridos a pé pelas ruas dos bairros de casario típico e as visitas a monumentos e jardins impressionantemente bem cuidados. De realçar o caraterístico mercado de peixe, onde tomaram contacto com as diferentes formas de degustação do salmão, e a subida em funicular à colina de Floyen, localizada a 320 m de altitude, uma das sete montanhas em redor de Bergen. Também as doze caches (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12) encontradas pelos exmágalos na segunda maior cidade da Noruega, bem como o TravelBug obtido, são exemplo dos muitos e simbólicos locais percorridos, caraterísticos desta pitoresca localidade costeira, de onde terão partido, seguramente por essa europa fora, muitas investidas destes povos escandinavos da Era Viking.
Haugesund, cidade petrolífera e cultural da costa oeste, teve inesperadamente outros encantos, nomeadamente a zona portuária das docas onde, num bucólico por do sol de final de tarde, puderam assistir a imagens dignas de uma qualquer tela de cinema. Afinal tratava-se de uma estátua de bronze homenageando Marilyn Monroe, cujo pai, surpreendentemente, era oriundo desta localidade norueguesa.
O passeio de barco pelo Fiorde de Lyse serviu de reconhecimento ao local de ascensão a pé ao cume do Preikestolen (O Púlpito), a 604 m acima do nível do mar, o cenário mais caraterístico de todos os fiordes. O percurso de cerca de 3800 m foi realizado sem grandes dificuldades na transposição dos obstáculos naturais que culminou no deslumbramento de avistar ao longe o recorte abrupto daquela falésia de aproximadamente 25 por 25 metros. Era impressionante o à vontade com que a maioria das pessoas se passeava em cima daquela rocha quase plana, sem qualquer proteção em seu redor. Não foi com certeza por quaisquer receios, mas sim devido ao vento frio que se fazia sentir lá nas alturas, que os exmágalos iniciaram rapidamente o seu regresso à base. Neste percurso descendente encontraram mais duas caches (1, 2), numa das quais obtiveram uma GeoCoin.
A capital norueguesa do petróleo, Stavanger, foi a última cidade costeira que visitaram destacando-se a zona antiga com as suas caraterísticas casas brancas de madeira e a bem preservada Catedral que remonta à época medieval. Nesta localidade os exmágalos conseguiram encontrar mais duas caches (1, 2), uma das quais junto ao Museu de Conservas de Peixe, outra das indústrias outrora florescentes, onde foram simpaticamente convidados a visitar gratuitamente as surpreendentes e educativas instalações.
Antes da sua longa viagem de regresso a Lisboa, a mais de 2700 km de distância, os exmágalos visitaram ainda, na região de Telemark, a Heddal Stavkirk, a maior igreja de madeira da Noruega com mais de 800 anos e uma das heranças Viking, nomeadamente daqueles que se converteram ao Cristianismo.
Ah, é verdade, para quem ainda se lembra do início desta aventura, os exmágalos sempre trouxeram provas fotográficas da existência dos Trolls, as tais criaturas horrendas e temidas. Felizmente o sol brilhava pelo que aqueles já se tinham transformado em figuras inanimadas de pedra. Adjø!